sábado, 9 de janeiro de 2010

Acordo na Educação




A avaliação de professores foi tema longo da nossa sociedade. Até dizem que foi esta "guerra" que custou a maioria absoluta ao PS. Tenho ouvido muitos debates e lido crónicas e ideias sobre este tema.

Pessoalmente, estranho tanta ignorância e estupidez que tenho ouvido, visto e lido a este respeito. Na passada segunda-feira, ouvi na rádio club um comentador, de nome Camilo Lourenço que é economista ou coisa parecida, a opinar sobre esta situação e, sinceramente, fiquei triste por meterem pessoas em órgãos de comunicação social a falar sobre o que não conhecem. Outro conhecido é, o oportunista mediático, Miguel Sousa Tavares na TVI que fala sobre o que não conhece.

Vamos ao conteúdo, toda a gente tem que ser avaliada no seu desempenho. No entanto, neste caso há que saber que o maior problema é o laxismo promovido por várias leis e estatutos que se prestam a criar na escola pública uma completa utopia social acreditando que se aprende sem esforço e que o problema são os professores. Não sendo inverdade que há professores pouco profisionais em que muitos deles foram absorvidos para a profissão numa explosão da escola de massas pós 25 de Abril.

As soluções, na minha perspectiva, passam por:

1º - Reduzir custos promovendo economias de escala. Não entendo como é que há varias escolas numa área física, até havendo duas escolas na mesma rua em algumas localidades. Bastava uma escola com todas as condições num raio de 30Km e uma rede transportes capaz. Não passa por fechar escolas isoladas em que os alunos estão a fazer 100km por dia por maus caminhos.
Haveira uma boa biblioteca, refeitório, computadores, oferta escolar ... com muito menos custos. Mas o mais fácil é dizer que os custos estão nos ordenados das pessoas e há pessoas a acreditar!;

2º- Criar um livro de ponto para os Encarregados de Educação assinarem , sempre que fossem à escola reunir com os professores dos seus filhos. Se acontecesse insucesso dos seus educandos, os encarregados de educação que não iam à escola deveriam ser alvo de um sistema de penalização;

3º - Os Encarregados de Educação cujos alunos tenham determinado número de faltas não jutificadas medicamente, pagariam uma multa de valor elevado para que a instituição fosse mais respeitada na sua actividade;

4º- Deveriam ser criados curriculos de diferentes níveis em que os alunos frequentariam de acordo com as suas competências e interesses. Assim, terminariam as reprovações como se pretende, já que todos passariam ainda que alguns em curriculos inferiores. A sociedade real também é competitiva e não adianta fazer da escola uma utopia, já que todos teriam a mesma oportunidade de frequentar o curriculos mais avançados;

5º - Haver todos os anos exames nacionais para todos os alunos e disciplinas;

6º - Informaticamente, cada professor teria alunos associados na sua disciplina. Quando recebia os alunos estes teriam determinados resultados históricos nessas provas nacionais, ao fim de determinado período a avaliação do professor seria feita pela média da melhoria que os seus alunos fizeram na sua disciplinan nessas provas nacionais. Esta seria uma avaliação séria para todos - alunos e professores, sem esquemas e subjectividades e, simultaneamente, uma forma de incentivar o trabalho de todos.
Infelizmente, sei que nada disto poderá acontecer porque há muita gente com vários tipos de "ideais":

- Aqueles que são enfocados nos direitos e esquecem os deveres. Pretendem continuar nestas utopias uma vez que todo o tipo de mudança os assusta e pretendem continuar a alimentar as suas intelectualidades inrealizáveis;

- Os que estão confortáveis no "status quo" . Até alguns pais que, não o admitindo, consideram que a escola é para ensinar tudo e outros que a consideram apenas um armazém para lhe "aturar" os filhos;

- Alguns "bairristas" que não pretendem perder a escola do centro da sua localildade/bairro e esta passar para uma zona equidistante com outras;

- Grandes magnatas do País que pretendem a continuação da "má educação" para grande parte dos cidadãos continuarem "incultos submissos";

- Alguns políticos e homens de negócios, para promover as escolas privadas e as públicas serem, cada vez mais, para "armazém normalizador" da plebe. Assim o estado gasta menos e os privados podem "agarrar" o negócio do ensino;

- Os cidadãos críticos que, sabendo e reconhecendo isto tudo, também não fazem nada para mudar limitando-se a ser seguidistas do pensamento de "idolos mediáticos" ou a desistir por sentirem a sua incapacidade para provocar mudanças.


Quem não gostou, paciência, este é um blogue de pensamento pessoal com abertura total à crítica, confrontem estas ideias e, se possível, mudem a minha ideia com argumentos válidos, não sou de ideias fixas.

3 comentários:

Leoniido Ferreira disse...

Caro Victor,
Sagazemente, elaboras-te um pensamento critico que, acerta em cheio , nas mossas educacionais deste país.
De facto, a verborreia legislativa que invade a educação , é mais um exemplo do desperdicio a que estamos votados.
Lembro-me, dos meus tempos universitarios (por essa altura, permanecia longas temporadas na Alemnha) . E, das relações sociais que criei, conheci uma estudante de engenharia que me surpreendeu um certo domingo à noite, com a expressaõ " tenho que ir embora, pois amanhã de manhã (07h009 tenho que estar na obra". Espantado questionei-obra ? Sim respondeu ela.Aqui, os primeiros tempos do curso são passados nas obras com os opercaionais.
Nos dias de hoje, diz-me a minha filha que , na faculdade dela, o docente chegar atrasado é uma prática e rotina académica!
Há dias, escutei um areportagem na Antena 1 sobre o programa Erasmus. Dizia uma estudante inglesa , que o que mais estranhou foi que, 09h00 em Portugal quer dizer 10h00. 2ª feira para entrega de um trabalho, significa 5ª feira
Tenho dito

Vítor Silva disse...

Leonídio,
Como sempre, conseguiste ver a profundidade da ideia. É bem verdade que estamos numa sociedade dominada por teóricos e utópicos que vivem "na penumbra da realidade". Os exemplos que referes são claros de como vivemos numa sociedade sem rigor. O que é lamentável é o facto de haver pessoas de elevadas responsabilidades sociais que deconhecem por completo a realidade prática daquilo que comandam.
Por exemplo, como falávamos de educação, para mim é inconcebível haver um ministro (a), secretário (a) de estado neste domínios sem terem feito primeiro um estágio de dois meses em salas de aula reais com alunos reais "(no terreno mesmo)", já nem falo dos que opinam nos meios de comunicação.
Temos construído uma sociedade sem rigor, de facilitismo, de impuneidade, de laxismo... em que o que conta é o compadrio e as redes de interesses que se forma. Um dia destes um amigo dizia-me que quem tem dinheiro para pagar a um bom advogado pode fazer o que quiser da justiça, pois eu digo que não basta um bom advogado, mas sim um dos que pertença a grupos organizados (grandes escritórios de advogados...) que tenham ligações aos dferentes poderes (políticos, judiciais...).
A respeito do rigor, estive uns tempos na Inglaterra e conheço a diferença, um contrato é coisa para cumprir. Nas escolas e outras instituições não há campainhas, as pessoas cumprem.
Bem sei que há poucas décadas que saímos de uma ditadura e ainda estamos a pagar o preço de uma liberdade repentina, mas começamos a pagar muito caro os exageros em que temos caído.
A parte chata é que temos uma sociedade de cágados e lebres em que as lebres começam olhar para os cágados e a sentir vontade de parar, começam a ficar cansadas deter as mesmas recopensas que os cágados. Mais complicado - muitos cágados estão a criar paredes para as lebres não correrem, pior ainda, temos os cágados a multiplicarem-se mais rápido que as lebres e as que restam com energia própria também começam a ficar cansadas.

Leoniido Ferreira disse...

Victor

Obrigatoriamente, temos que combater as velhas ideias feitas sobre os portugueses e Portugal - uns tipos desenrrascados e um país de velhos costumes -
A rotina é uma grande ruína !
O país, imensuravelmente, está melhor após a dita "revolução" mas, falta-nos RIGOR no que pensamos e fazemos.
Inverter hábitos e posturas comportamentais enraízadas é uma tarefa titanica.
O que nos falta é um acontecimento que nos obrigue a despertar para a grande solidariedade intrinseca aos lusos.
O que me irrita, é essa desconformidade entre o que nos é profundo e que exteriorizamos para o exterior. Hipocrisia !É o nosso grande problema.